
Reproduzo abaixo a capa e algumas folhas de seu livro.
Com seus trabalhos João Sampaio vem se tornando o Poeta de Itaqui, representando nossa terra nos mais distantes pagos do Brasil e quiçá do Mundo.
João Sampaio é um dos nobres nomes que engrandecem o Itaqui e nos dão orgulho.
Na obra Para As Seis Cordas & Os Oitos Baixos João Sampaio nos apresenta um lirismo campeiro em forma de versos que desfraldam a essência gaúcha em quem os lê, de modo que um sentido telúrico invade a alma e faz com que o campeirismo afIore de tal modo que em qualquer rincão desse planeta a gente sinta a essência que emerge de uma poesia com cheiro de terra,com aura gaudéria, e feita sobre a inspiração desse expoente raro da arte gaúcha.
A poética de João Sampaio espalha versos que frutificam no campo fértil do gauchismo, embalados pelos acordes de um guitarreiro que se assemelha ao vento pampeano e pelos fIoreiros de uma gaita botoneira que simboliza a sonoridade das aves que enfeitam o céu do nosso Rio Grande do Sul.
Neste trabalho, nas Coplas transita uma filosofia andeja que extravasa os limites do galpão e nos apresenta reflexões de vida e sentimentos; as Sextilhas refletem o vigor do verso missioneiro com ecos de uma latinidade que tanto nos orgulha; já nas Décimas mesclam- se o gaucho e o gaúcho que exaltam sua origem terrunha, cantando a pátria e a liberdade e, por fim, seus Cantos & Acalantos pintam uma aquarela crioula de arte e reflexão, com a força de sua poética cantando o homem do campo, o cavalo e as raízes missioneiras, universalizando seus textos por meio de um lirismo vigoroso e fecundo.
Em Para As Seis Cordas & Os Oito Baixos João Sampaio consegue fazer com que a gente apeie do pingo da realidade e se abanque no cepo da imaginação para, ao calor de uma mate bem cevado, ver saltar das páginas desse livro a essência guapa que moldou o povo do Rio Grande do Sul.
Jucelino Viçosa
Poeta e Escritor
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Para Elton Saldanha
Quando o sol sangra na tarde
No bico de um bem-te-vi
Vejo o Rio Grande rezando
E enxergo um potro relinchando
Na beira do lbicuí!
Volto séculos pra trás
Ao passado que perdi
E no meu sangue ainda resiste
O meu avô de lança em riste
Na beira do lbicuí!
Uma cordeona botoneira
Num tom fronteiro daqui
Embala o sono da pampa
E dois touros batem guampa
Na beira do lbicuí!
Um ginete num caborteiro
Crioulo do Batovi
Parece um quadro estrada fora
Riscando o maula de espora
Na beira do lbicuí!
Um cachapé longe rechina
Um choro triste de aguaí
O vento macho assobia
E uma índia lava a cria
Na beira do Ibicuí!
Se emponcha um feitiço antigo
No canto dajuriti
E uma saudade se alonga
No rastro de uma milonga
Na beira do Ibicuí!
Escuto as aves gorgearem
E solito pensando em ti
Me pego triste cantando
Teu nome chamameceando
Na beira do lbicuí!
Bebo goles de infinito
Nos teus lábios cor rubi
Sou um grão de eternidade
Falqucjando uma saudade
Na beira do Ibicuí!
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DA BOCA DOS ANCESTRAIS
Para Rodrigo Sauer
Bombeio os ventos brincando
Nas flores dos pastiçais
Pego a guitarra campeira
E acordo meus ancestrais.
Hablan comigo sem falar
Se apeiam cada manhã
No meu galpão de gaúcho
Pintado de picumã...
A alma se aparta do corpo
Atrás de velhos rituais
E recebe cantos antigos
Da boca dos ancestrais!
Andam comigo os que partiram
Para outra dimensão
Falam por mim quando canto
E habitam meu coração...
Por isso que estes meus cantos
Com jujos dos pajonais
Florescem dentro de mim
E acordam meus ancestrais!
Perfumo o tempo em que vivo
Com flores espirituais
E acordo os deuses que dormem
Na boca dos ancestrais.
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Um comentário:
ola somos da radio liberdade de mandaguari PR e apresentamos um programa tradicionalista gotariamos de entrar em contato!! grato!!! e so itaquience"
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